Para Ena Lautert, 86 anos, sua trajetória nas artes começou nos primeiros pontos de tricô, aos oito anos. O começo em pintura e escultura foi próximo dos 60, o que não a impede de ter um olhar contemporâneo sobre o mundo. Tão contemporâneo que hoje as apostas de Ena estão na preservação do ambiente.
- A quantidade de lixo que produzimos me incomoda. Também poluímos, queimamos e descuidamos da água – justifica.
Por isso, desde 2005, seu traballho está focado em uma série de obras e instalações feitas a partir de jornal. O papel que informa a artista todas as manhãs, segundo ela mesma, é transformado em pedras de papel machê com diferentes tamanhos que ganham espaço em museus.
Em 2007, Ena foi indicada para o primeiro Prêmio Açorianos de Artes Plásticas, destaque em Escultura.
- As pedras mexem com o imaginário. São, ao mesmo tempo, verdadeiras e enganosas – conta a artista.
Com tamanhos diferentes e muito semelhantes a pedras de verdade, as obras da artista, nascida em Lajeado (RS), têm rodado o Estado e o país. Este ano, estiveram no Salão de Arte Pará, em Belém, no Pará, e foram premiadas no Salão Internacional de Artes, que ocorreu na Feira Internacional de Tecnologia para o Meio Ambiente (Fiema), em Bento Gonçalves, na serra gaúcha.
Em maio, parte do trabalho foi reunido na publicação Livro de Pedra, lançada em versão bilíngue, português-inglês, com textos de André Venzon e Armindo Trevisan.
O desejo da artista de se conectar também está retratado em seu portal www.enalautert.com.br. Para Ena, a arte se apresenta como uma alternativa importante para quem tem mais de 50 anos e, nas palavras dela, não quer cair na estagnação.
Decidida a aproximar as artes plásticas do cuidado com o ambiente, Ena planeja novos caminhos e materiais reaproveitáveis para os próximos projetos. Sobre o futuro como artista, é rápida na resposta:
- Estou adorando cada vez mais. Não pretendo parar tão cedo.
Fonte: http://wp.clicrbs.com.br/nossomundosustentavel/2010/12/07/jornal-vira-pedra-nas-maos-de-ena/?topo=13,1,1,,,13
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