quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

esculpindo árvores

A aproximação de Hugo França, 56 anos, com uma forma diferente de fazer arte começou no início da década de 90. Quando pouca gente falava em reutilizar materiais, França decidiu dar outra função para a madeira.
Vivendo em Trancoso, no interior da Bahia, o engenheiro gaúcho sentiu a necessidade de transformar os restos de madeira que sobravam das canoas. Depois, apaixonou-se pelas centenárias árvores Pequi e começou a trabalhar com as que eram derrubadas pelo vento.
Do começo intuitivo, desenvolveu-se uma forma ecológica de fazer arte que é reconhecida no Exterior.
- O princípio básico do trabalho é aproveitar as formas encontradas, não projeto nada – explica o artista que, a partir de amanhã, participa da Design Miami, uma das maiores feiras de design americanas.
Hoje, o trabalho de França consiste em reaproveitar, como arte, resíduos florestais e materiais lenhosos que poderiam ser queimados ou ir para o lixo. E o lugar das peças produzidas pelo designer não é apenas os museus.
Nos últimos anos, seu objetivo é desenvolver peças interativas que pertençam ao mobiliário urbano. No Parque do Ibirapuera, em São Paulo, um eucalipto de 23 metros que desabou ao ser atingido por um raio foi transformado por França em uma escultura chamada Teia Lúdica, inaugurada na semana passada. Com ela, outra árvore que caiu no parque agora é um grande banco instalado na Praça da Paz.
França conta que apenas na cidade de São Paulo, no verão passado, mais de 3 mil árvores caíram. Além de serem transformadas, a ideia do trabalho é manter as que despencam, sob a forma de arte, no parque onde sempre viveram.
O desejo do artista é que a cidade possa gerenciar e aproveitar os resíduos que produz de forma sustentável. Por isso, com a transformação da árvore antiga, uma muda nova é plantada.
- Queremos replicar a ação em diferentes regiões do país e do mundo. Adoraria fazer uma obra para a Redenção, por exemplo – diz França.
E o projeto promete. A negociação para a instalação de uma obra semelhante a do Parque do Ibirapuera no Central Park, em Nova York, já começou.

Fonte: http://wp.clicrbs.com.br/nossomundosustentavel/?topo=13,1,1,,,13

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